Resenha: AXECUTER “A Night of Axecution” – A Música Continua a Mesma

Olha, vamos ser sinceros, o revival pela qual passou o Metal oitentista rendeu muita coisa chata. E se digo isso não é por não gostar do estilo, já que é justamente o contrário, ele foi a base sobre a qual construí todo o meu gosto musical. Se não fosse pelo mesmo, eu provavelmente não estaria aqui escrevendo essa resenha. Mas existem aquelas bandas que fazem tal movimento valer a pena, e esse é o caso dos curitibanos do Axecuter, surgido no ano de 2010 e que em seu currículo, possui um full, Metal Is Invincible (13) e uma infinidade de EP’s e Splits.

Quem já conhece o Axecuter sabe bem o que esperar. Uma viagem musical ao Metal dos anos 80, com uma mescla de Heavy, Thrash e Speed que prima muito pelo peso e agressividade. A base de seu som se aproxima muito daquela sonoridade europeia de bandas como Venon, Sodom, Destruction e Celtic Frost, mas com algo de nomes do outro lado do Atlântico, como Exciter, Razor e afins. Os vocais de Danmented estão mais agressivos do que nunca, enquanto sua guitarra despeja riffs cortantes. O baixo de Rascal e a bateria de Verdani formam uma parte rítmica que prima não só por ser muito coesa, mas também por impor o peso das canções.

Gravado em 12 de maio de 2017, no 92 graus The Underground Pub, A Night of Axecution é um desses álbuns ao vivo que transbordam honestidade. Isso é visível a cada nota tocada pelo Power Trio, fora o fato que conseguem soar ainda mais agressivos do que em estúdio, o que acaba sendo muito positivo. É muito difícil para um fã de Metal oitentista não se empolgar com a intensidade e a crueza de músicas como “Raise the Axe”, a cativante “Creatures in Disguise”, “No God, No Devil (Worship Metal)”, um verdadeiro hino, ou a espetacular “Bangers Prevail”. O maior pecado aqui é a curta duração do álbum. Descontando-se a Intro, são apenas 6 canções retiradas do show, que acabam nos deixando com aquele gosto de quero mais. Para complementar, ainda temos um cover para “Missão Metal”, do Flageladör, que ficou muito legal, e o vídeo para “Creatures in Disguise”.

A produção ficou a cargo de Maiko Thomé e soa crua, mas na medida certa, sem exageros. Conseguiu aliar organicidade com clareza. O único porém fica com relação à captação do público, que você quase não escuta, mesmo a banda interagindo bastante com o mesmo. Já a capa foi obra de Mano Mutilated, e tem toda aquela aura dos anos 80, assim como também o encarte, que teve seu design feito por Tersis Zonato. Executando com perfeição sua proposta, e transbordando paixão pelo Metal, o Axecuter acerta em cheio com A Night of Axecution. É para afastar os móveis e sair batendo cabeça pela sala.

Nota: 86

https://musicacontinuaamesma.blogspot.com/2018/08/axecuter-night-of-axecution-2018.html

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *