Se tem uma banda que pega pesado quando o assunto é morte são esses caras. Ativos desde 2008, os “death/doom metal ghouls” do Encoffination lançaram 3 full-lengths, em ritmos sufocantes de tão lentos e riffs assustadoramente pesados, ao longo de sua carreira.
O som carregado e “para poucos” parece trilha de filmes de horror dos mais obscuros e satanistas. Tá preparado pra conhecer?
Os norte-americanos, situados na California, gostam de falar de morte e eternidade numa pegada bem sinistra.
Os vocais são extremamente profundos e “cavernosos”, de um grave que deixaria até Chris Barnes no chinelo. Parece um monstro rosnando na escuridão ou uma porta de uma cripta se abrindo e ecoando nas trevas.
O som da banda possui riffs lentos e temática ritualística comuns do doom metal, porém com aquele peso característico do death, que agrada fãs de Cianide, Disembowelment e Incantation. Alguns críticos os comparam com “Onward to Golgotha”, o primeiro álbum do Incantation, por causa da lentidão dos riffs.
Porém os Encoffination são únicos em seu metal extremo lento e sujo, de distorções gravíssimas na guitarra, e com aquela bateria “abandonada”, como se o batera estivesse moribundo em algumas partes das músicas, naquela cadencia sem forças para continuar vivendo do funeral doom metal.
Os misteriosos membros são: Elektrokutioner, baterista (também membro de Black Pentagram Cult, Ekthros, Father Befouled, Gloomed, Messial, Tombstones, Bastard Cross, Beware!, Procreant, Reeking Filth, Scum Bitch, Stone Evil e mais várias ex-bandas) e Ghoat, guitarra, baixo e vocal (membro também das bandas Chasm of Nis, Father Befouled, Rituaal, Vomitchapel, Winds of Old, Bleeding Cross, Stormhammer e outras ex-bandas), e essa é a formação original, desde o princípio da banda.
Os álbuns foram lançados pelo selo polonês Selfmadegod Records, e se chamam:
- “Ritual Ascension Beyond Flesh“, de 2010;
- “O’ Hell, Shine in thy Whited Sepulchres“, de 2011;
- “III – Hear me, O’ Death” (Sing Thou Wretched Choirs), de 2014.
Eles ainda possuem 4 EPs, 2 Splits (um com a banda Grave Upheaval e outro com a Sempiternal Dusk) e 1 coletânea. Tem bastante material à venda na página do selo, inclusive K7s e LPs.
Uma curiosidade para fãs brasileiros: A gravadora lançou camisetas oficiais do álbum “Horrorfiend”, e o batera da Encoffination fez as letras das músicas “Feast for the Dead” e “Onslaught of Dismemberment” do álbum “Macabre Rampages and Splatter Savages”, da banda curitibana Offal, de Oldschool Death Metal.
Assim como a Mortician e a Impetigo, os Encoffination usam samples de filmes geralmente no início e final das suas fúnebres canções. O primeiro álbum possui sons de rituais na sua introdução e no intelúdio. O segundo começa com sinos e logo mais samples de filmes. Já o terceiro não tem os samples, mas começa com um vento uivante e mais sinos, e ao longo do disco batidas de tambores em rituais fúnebres, que demonstram toda a atmosfera assustadora da banda.
Outra particularidade que achei interessante são os encartes de cada disco. O do “Ritual Ascension Beyond Flesh”, ao abrir, você encontra páginas em preto e branco decoradas com um fundo vitoriano e fontes de escrita góticas.
O encarte de “O’ Hell, Shine in thy Whited Sepulchres”, contém a arte do pintor barroco espanhol Juan de Veldes Leal, chamada “Finis Glorial Mundi” em sua capa. As páginas, lindísssimas por sinal, parecem livros antigos de magia, em preto e dourado.
Já o “III – Hear me, O’ Death” (Sing Thou Wretched Choirs)”, tem uma caveira na capa, onde a logo da banda parece uma coroa de espinhos. As páginas também possuem ornamentos vitorianos e algumas imagens ao longo do encarte, uma delas de um cemitério. As letras desse encarte são escritas com fontes bem macabras em uma tipografia horripilante.
Eu, particularmente, adorei o som desde o primeiro dia que ouvi, pois trata-se de uma sonoridade rastejante, que se arrasta de forma dilacerante e cadavérica naquele vocal lento e sombrio, e ao mesmo tempo diferente das bandas doom conhecidas, quando surge, de uma forma criativa, as batidas mais rápidas do death metal, que, inclusive, fazem com que as músicas não fiquem monótonas.
Porém, os 3 álbuns são bem parecidos. A banda meio que se enfiou dentro do “caixão do Encoffination” e de lá não querem sair, como dizem alguns reviews, mas, para mim, não é algo que me fez pensar negativamente deles.
Clique aqui para acessar o BandCamp da banda.
Agora, pode apertar o play:
Matéria originalmente publicada no blog RetroGoth666.
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